A aquarela sobre seda pura é considerada uma das mais exigentes técnicas de pintura e, por isso mesmo, é também uma das mais raras formas de arte. 

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A raridade começa pelo tecido, cujos fios são produzidos pela lagarta da mariposa Bombyx Mori. Seu casulo, construído para metamorfose, mede apenas 5 centímetros, mas pode produzir até 1.500 metros de um único fio contínuo. Um inseto seletivo, que se alimenta especificamente de folhas de amoreira branca, produz um dos tecidos mais caros do mundo. 

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Só a seda pura aceita ser pigmentada de forma permanente por meio de um processo de cozimento em pressão, e só a seda pura permite ser lavada sem perder suas cores.

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As tintas de aquarela sobre seda são ainda outro aspecto distintivo dessa técnica. Não importa a cor, quando concentradas, todas elas parecem pretas ao olhar leigo. A obtenção de múltiplas tonalidades depende de um profundo conhecimento da química dos pigmentos, de suas proporções e reequilíbrios.

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Por fim, um desafio técnico extra está no controle da expansão natural que ocorre quando uma tinta a base de água toca a trama de um tecido muito capilarizado como é a seda pura. Aquarelar formas delineadas exige conhecimento para além da criatividade.

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Ita Andrade dedicou os últimos 35 anos de sua vida à técnica de aquarela sobre seda pura. Quando atingiu todo o conhecimento disponível no Brasil, mudou-se para a Europa onde continuou aprendendo. Finalmente, passou a adaptar técnicas conhecidas e a criar novas abordagens para atender às necessidades de sua obra.